O Que é Glaucoma?
O glaucoma é hoje uma das principais causas de cegueira no mundo. Apresenta duas características que a tornam traiçoeira:
- É lentamente progressiva e assintomática.
- Causa cegueira de forma irreversível.
Felizmente, a progressão para as fases mais avançadas da doença leva décadas permitindo o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Apesar de não ter cura, tem controle. Atualmente, dispomos de inúmeros colírios e até mesmo cirurgias com a finalidade de estabilizar a perda de campo visual causada pelo glaucoma.
No passado, acreditava-se que apenas a alteração da pressão intraocular seria glaucoma. Hoje sabemos que não é tão simples assim. Há o glaucoma de pressão normal, glaucoma congênito, glaucoma juvenil, glaucomas secundários, porém o mais comum é o glaucoma primário, que ocorre com a idade.
Como Fazer O Diagnóstico Precoce?
Por ser uma doença silenciosa, apenas o exame clínico de rotina com o oftalmologista pode detectar precocemente o glaucoma.
O
aumento da pressão intraocular causa uma lesão no nervo óptico (aumento da escavação) e consequente perda progressiva do campo visual. Esta perda se inicia na periferia e lentamente vai avançando até alcançar a visão central. Por isso o paciente não percebe.
Quais Os Exames Que Devo Fazer Para o Diagnóstico?
Todos os pacientes devem fazer o exame oftalmológico completo anualmente incluindo a tonometria (medida da pressão intraocular) e o mapeamento de retina (avaliação do fundo do olho). Aqueles que apresentarem alterações nestes exames de rotina ou
fatores de risco (história familiar, idade, raça negra, miopia ou hipermetropia moderada ou alta, trauma ocular, uso de corticóide, diabetes, córnea fina) devem fazer exames complementares:
- Campimetria computadorizada.
- Retinografia ou foto de papila.
- Gonioscopia (avaliação do ângulo de drenagem do aquoso).
- Paquimetria (medida da espessura da córnea).
Outros exames complementares também podem ajudar no diagnóstico como o HRT, o GDx, o FDT e o OCT.
Tratamentos Disponíveis
O tratamento baseia-se no controle da pressão intraocular e estabilização da perda de campo visual.
Várias classes farmacêuticas com diferentes mecanismos de ação nos ajudam a controlar esta doença. Os colírios mais recentes possuem excelentes resultados no controle pressórico e permitiram uma menor indicação dos procedimentos cirúrgicos. Combinação de drogas e posologia mais confortável ajudam no tratamento.
Infelizmente, a aderência ao tratamento por parte dos pacientes ainda é um desafio. Custo elevado, efeitos colaterais, a sensação de que não houve mudança no quadro estão entre as causas mais comuns na falha do tratamento clínico.
Nos casos de progressão da doença, seja por não aderência ou por ineficácia do tratamento clínico, optamos pela cirurgia. O procedimento cirúrgico consiste em facilitar a saída do humor aquoso baixando a pressão intraocular. Pode ser através de iridotomia a laser, trabeculectomia, ou implante de uma válvula de drenagem (tubo).